O Banco Central lançou, nesta segunda-feira (06), as diretrizes para a criação do real digital. O projeto-piloto do real digital será iniciado ainda no mês de março, com implantação prevista para o final de 2024, de acordo com informações divulgadas pelo órgão, que será responsável pela emissão da moeda virtual de banco central (CBDC).
Dia 6 de março de 2023 ficará marcado na história do Brasil como o dia de nascimento do Real Digital. Muito se especulava se o Banco Central iria ou não enveredar pelo mundo de blockchain, tokenização e como faria isso. E a grata surpresa que tivemos é que ele não só irá enveredar por aí, como irá fazê-lo de uma forma que o Brasil poderá se beneficiar de tudo o que está sendo desenvolvido nas estruturas de finanças descentralizadas do ecossistema da Ethereum, ou se preferir, DeFi (Finanças Descentralizadas).
No texto e na coletiva fica claro que a discussão sobre o Real Digital é mais sobre a infraestrutura na qual ele será transacionado do que a moeda/CBDC em si. Vão fazer uma infraestrutura com basicamente duas moedas de liquidação: o real digital e o real tokenizado. Em outras palavras, uma CBDC e uma stablecoin.
O real digital atuará como uma CBDC de atacado, sendo o meio de pagamento usado na interação do BC com os bancos e agentes autorizados. O real tokenizado será emitido pelos bancos e outras entidades reguladas e será o que nós (varejo) utilizaremos.
O que é Real digital?
O Real Digital será baseado na tecnologia blockchain, o que permitirá a tokenização dos ativos negociados, aumentando a segurança nas transações financeiras. A moeda digital será uma extensão da moeda física, tendo a mesma paridade e valor, mas não será necessário a intermediação dos bancos para a transferência de valores.
Embora a novidade traga benefícios em relação à segurança das transações, a centralização da moeda digital também levanta preocupações sobre o controle monetário.
O governo federal deverá ter um grande desafio para implementar a moeda virtual. A informação de tecnologia da informação (TI) precisará ser segura para evitar fraudes e garantir o sigilo das transações.